O que seria mais importante para o investidor, a reforma da Previdência ou a fiscal?
O Brasil precisa de ambas, mas hoje a questão da Previdência é mais crítica, por ser fundamental para estabilizar o funcionamento do Estado no longo prazo.
O problema é que o Brasil precisa de boas reformas e não apenas aprovar qualquer mudança. Quanto ao sistema tributário do Brasil, ele poderia ser mais simples. A reforma tributária seria um complemento à da Previdência.
O Estado brasileiro ficou muito maior do que deveria ser?
O mais honesto seria dizer que o Estado brasileiro pode ser reduzido. O problema do tamanho do Estado é que uma vez que ele é aumentado, fica difícil fazer uma redução quando se torna necessário.
A gente vê isso acontecendo na Argentina, na Colômbia e o Brasil, claro, não é uma exceção.
Privatizar empresas estatais seria uma solução?
Há duas razões para vender uma empresa pública: o governo precisa do dinheiro ou não consegue administrá-la com competência e o setor privado tende a fazer uma melhor gestão. Se vende a empresa porque precisa de dinheiro, provavelmente não está fazendo o suficiente para cortar gastos.
O Brasil deve se sair melhor do que alguns vizinhos da América Latina, como Argentina, Colômbia e Peru, no ano que vem?
A Argentina ainda tem muitos problemas de contas públicas para resolver e o país escolheu resolver essas questões fiscais de maneira gradual. A economia peruana deve ser a que se sairá melhor no ano que vem, porque o país vem demonstrando que está fazendo uma política econômica responsável.
Tanto a Colômbia quanto o México terão eleições no ano que vem, o que torna o cenário mais nebuloso. O Brasil deve se sair melhor do que os dois.
Fonte: Diário do Comércio