Notícias 16 Abril 2018

É preciso ter controle emocional para empreender

Nem tudo é intuição. Em painel na Feira do Empreendedor, economistas explicam o lado racional que o empresário precisa ter na condução do negócio.

É preciso ter motivação para entrar na academia mas principalmente para continuar frequentando. O mesmo vale para o empreendedorismo.”

Foi com essa afirmação que Samy Dana, economista, professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas e âncora do programa “Conta Corrente” da Globo News, abriu a palestra “Autoconhecimento como ferramentas para inovação” neste sábado (07/04), na Feira do Empreendedor 2018, que acontece de 07 a 10 de abril no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo.

A palestra mediada por Fernanda Pantoja, editora do Selo Objetiva da Companhia das Letras, também contou com a presença de Sérgio Almeida, professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP).

A economia também é a ciência que estuda como os seres humanos tomam decisões — em muitas das escolhas que fazemos, há influência da área. No livro “Pode ser o que não parece” (Objetiva/Companhia das Letras), os economistas tratam de questões como “Quem tem mais dinheiro é mais feliz?”, “Como as emoções afetam nossas decisões?” e “Por que nos importamos com a opinião dos outros?” que permeiam qualquer ser humano, inclusive o empreendedor.

Partindo desse princípio, aplicar a economia em diferentes áreas como o empreendedorismo é uma das metas de Samy Dana. “Nos últimos 20 anos, houve a revolução da tecnologia e com as redes sociais, muitas informações circulam diariamente. As pessoas têm mais contato com economia e estão querendo entender mais sobre a área. Os acadêmicos perceberam a necessidade de fazer essa ponte e integrá-la ao público. Essa é a proposta dos livros de autoconhecimento como o nosso: extrair informações de estudos acadêmicos para que pessoas como os empreendedores possam aplicar na prática”, diz o economista.

Para Sérgio Almeida, a aplicação da ciência pode ajudar o empreendedor ter mais sucesso seguindo quatro pilares.

1) Motivação intrínseca: o empreendedor precisa investir em uma área que goste para se manter motivado ao criar ou abrir um negócio.

2) Controle emocional: entenda suas limitações para não empreender baseado na emoção. Muitas empresas vão a falência depois de um ano porque confiam muito na intuição e não tomam a “pílula da humildade”.

3) Plano de negócios e estudo de mercado: para empreender é necessário planejamento. Entender as demandas do mercado, conhecer o ramo, os produtos e os serviços que pretende oferecer, bem como clientes, concorrentes e fornecedores em potencial e, principalmente, os pontos fortes e fracos do negócio.

4) Suporte especializado: depois de levantar dados e estruturar seu negócio, consulte especialistas periodicamente para aperfeiçoá-lo.

Samy Dana concorda com Almeida e ressalta com uma analogia: “Todo mundo sabe o que é preciso para fazer dieta. Mas a gente nem sempre consegue porque agimos de forma emocional. Nesse sentido, precisamos agir quando a irracionalidade está atrapalhando a nossa vida”.

Para o economista, o empreendedor precisa entender os gatilhos do cérebro e tomar decisões racionalmente para ser ter sucesso. “Não dá para exigir que sejamos 100% racionais afinal não somos robôs. Mas é preciso controle emocional para empreender”, afirma Samy Dana.

Nesse sentido, os economistas não recomendam misturar amizade com negócios. “Apesar de ser uma prática cultural no Brasil, o fator emocional pode prejudicar o sucesso do empreendimento”, diz Sérgio Almeida.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

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