Compliance é destaque no estudo
A área de compliance está entre as principais tendências não apenas para 2018 como também para os próximos anos, uma vez que as empresas têm de estar em conformidade com regras e normas específicas. Mais do que o atendimento a leis, a adoção de boas práticas deve fazer parte da cultura organizacional.
O grande gargalo nesse segmento é a captura das regulamentações, o tratamento do que é relevante e a implantação das alterações necessárias para atender a essas normativas. "A tendência é que mais setores tenham regulamentação específica. Assim, como recentemente tivemos a publicação da resolução do Banco Central nº 4.595/2017, que dispõe sobre compliance nas instituições financeiras, estão sendo estruturadas normas para a área de saúde", esclarece o practice leader de GRC Solutions Latam na Nasdaq BWise, Wagner Pugliese.
Ele explica que, no segmento financeiro, há cerca de 3 mil publicações mensais envolvendo normas das esferas públicas municipais, estaduais e federais, além das autorregulações de outras entidades, como Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), por exemplo. Se considerados outros setores, são publicadas cerca de 15 mil normas ao mês. "Nossa ferramenta ajuda no monitoramento de todas essas normas, na definição do que afeta o negócio, no acompanhamento da implantação e na consolidação dos riscos por tipo e natureza."
Grande parte das empresas brasileiras já se deu conta de que as informações geradas por elas são ativos de extrema importância para o seu negócio. Com isso, há uma preocupação cada vez mais intensa em relação à proteção da base de dados da companhia, o que faz do Cybersecurity uma grande tendência para se manter na agenda dos executivos no próximo ano.
Garantir que sua implantação não seja apenas voltada ao cumprimento de leis, mas realmente faça parte da cultura organizacional, é o grande desafio dos profissionais de compliance e de controles internos no momento. "A visão de conformidade legal pode se sobrepor à da conformidade operacional, isto é, não basta saber que há uma lei que exige determinado requerimento se a empresa não cria processos para acompanhar sua implantação e mecanismos de verificação de sua efetividade", enfatiza Pugliese. Para que o cumprimento legal seja incorporado à cultura organizacional, as empresas precisam ter uma estrutura de gestão de riscos efetiva em um modelo de GRC. Somente com uma governança que defina responsabilidades e acompanhe a efetividade do controle que garanta a conformidade legal é que irá gerar valor para o compliance.
A última e não menos importante tendência apurada pela Nasdaq BWise é a política de relacionamento com os clientes. Em novembro de 2017, entrou em vigor a Resolução nº 4.539/16 do Banco Central, que trata sobre o assunto. A norma dispõe sobre como os bancos devem conduzir suas atividades com base nos princípios da ética, responsabilidade, transparência e diligência junto aos seus clientes e usuários de produtos e serviços.
Esforços nesse sentido já vêm sendo feitos para minimizar as diversas reclamações em órgãos como a Senacon (Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor), o Banco Central e o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor). Nesse novo cenário com mudanças constantes, a figura do Trusted Advisor também ganha mais importância, aponta a Nasdaq BWise. Profissionais preparados e atualizados contribuem para que a evolução do processo de GRC das empresas siga o mesmo ritmo das exigências do mercado.
Fonte: Jornal do Comércio