Para fazer o estudo de viabilidade são necessárias muitas informações, mas vou arriscar-me a resumi-lo em 11 passos:
- Escolha do ramo de atividade: com a velocidade com que o mundo está se renovando será normal a muitas atividades desaparecer num prazo curto, o que exige certo esforço de futurologia. Isso quer dizer que é necessário ter “bola de cristal”? Claro que não. Basta estar um pouco atento à economia e ler sobre tendências da evolução.
- Validação da nova ideia: optar por uma atividade ou produto ainda inexistente no mercado exige a validação da ideia. Este processo deve acontecer com a resposta a algumas perguntas como: você está resolvendo algum problema real das pessoas? As pessoas desejam a solução deste problema? Qual é exatamente o problema? Quem serão os futuros clientes? Existem clientes suficientes? Como as pessoas resolvem o problema atualmente? Eles consideram a sua solução adequada? Eles estão dispostos a pagar pela sua solução? Quanto?
- Ponto comercial: em alguns ramos de negócios, o ponto é fundamental. Isso exige certos cuidados para evitar que o mesmo se torne um empecilho para o sucesso do empreendimento. Analise o fluxo de pessoas, a visibilidade, estude o público, conheça os vizinhos, observe atentamente como é o acesso, considere o passado do local e, principalmente, compare diversos pontos diferentes.
- Pesquisa de mercado: fazer a pesquisa de mercado – se possível com empresa especializada – em relação ao produto ou serviço, concorrência e clientes permitirá, com antecedência, conhecer os pontos fortes e fracos para potencializar os primeiros e tentar corrigir os segundos.
- Fornecedores e funcionários: alguns ramos de atividade necessitam de mão de obra especializada. Portanto, é necessário viabilizá-la, bem como identificar aonde se localizam os fornecedores da matéria-prima ou mercadorias e considerar o tempo e custos para chegar até ao seu negócio.
- Despesas fixas: as despesas fixas são aquelas que existirão, independente de vender pouco ou muito. Quanto menores, maior a possibilidade de produzir lucro. É necessário saber quanto elas representam;
- Previsão do faturamento mensal: mais um exercício de futurologia se faz necessário. Não se trata de “chutar”, mas prever, com margem de segurança e com base em todas as análises já efetuadas, a evolução do faturamento dos primeiros meses e também dos primeiros anos, até atingir a estabilidade esperada;
- Contribuição marginal: conhecer quanto custará para produzir ou comprar a mercadoria ou serviço permitirá calcular a margem de contribuição ou lucro bruto (vendas – custos diretos – despesas variáveis);
- Demonstração do resultado (lucro): os investidores esperam o lucro líquido, ou seja, o que sobrará depois de pagar todos os custos e despesas. Para encontrar este número é utilizada a Demonstração do Resultado. É neste momento que se conhecerá a viabilidade e o retorno de investir no ramo;
- Investimento necessário e tempo do retorno: com a apuração do montante a ser investido e o lucro a ser gerado, por meio do item 9, será possível calcular o tempo de retorno do investimento. Normalmente considera-se que se o investimento retornará em até cinco (5) anos, o que é bom negócio. Quanto menor o tempo de retorno, melhor será.
- Critérios para a escolha do sócio: a escolha por gerir o negócio em sociedade pode se dar pela falta da totalidade dos recursos necessários ou por considerar ser mais fácil gerir o negócio. Conheço muitos casos de sociedade que terminaram em brigas, inclusive judiciais. É muito importante considerar o seu perfil e dos demais sócios para verificar a possibilidade de um bom “casamento.”
A decisão de montar uma empresa está longe de ser emocional, mas racional, de pesquisa e avaliação técnica.
Eu sempre digo que há duas formas de começar um negócio: se encantar, investir e “tocar para ver no que dá” ou fazer o estudo de viabilidade econômica.
O investimento em um profissional para auxiliar na análise da viabilidade do negócio não se trata de uma despesa, mas a opção inteligente para evitar que toda a sua economia se dissolva. O planejamento é fundamental para alcançar o sucesso.
Fonte: Blog Guia Contábil