"É o pequeno grande começo de uma revolução creditícia", disse o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que assumiu o comando do banco neste mês prometendo colocar as micro e pequenas empresas no foco da política de fomento do BNDES.
Em 2016, as MPMEs ficaram com apenas 30,8% do total emprestado pelo banco. Segundo o BNDES, nos 5 primeiros meses de 2017, essa fatia subiu para 38%.
Meta de participação de 50%
Segundo Castro, com o novo canal a expectativa é que a participação deste segmento nos desembolsos possa chegar a 50% em 1 ano. "Pode até surpreender e ultrapassar 50%", afirmou."O banco está em pleno movimento de aumentar a capilaridade do conjunto dos seus recursos", acrescentou, destacando ainda que o BNDES espera que os desembolsos no ano possam crescer em relação ao ano passado e ultrapassar os R$ 100 bilhões. No acumulado de 2016, o total de financiamentos liberados somou R$ 88,3 bilhões, o menor volume desde 2007.
“A ferramenta dá mais poder ao empreendedor na negociação de melhores condições de financiamento para desenvolver o seu negócio. Além disso, responde à necessidade de modernização do modelo de negócios do BNDES no atendimento às MPMEs, com maior rapidez, simplicidade, proximidade e transparência”, destacou o banco em comunicado.
Para o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Guilherme Afifi Domingos, o sistema ajudará a reduzir a concentração de crédito no país e facilitará o acesso de pequenos empreendedores ao BNDES.
O BNDEs e o Sebrae projetam um universo potencial de mais de 5 milhões de empresas e MEIs.
"O país possui hoje 7 milhões de MEIs e 4 milhões de PMEs. 83% desse universo não chega hoje nem perto do sistema financeiro em razão das dificuldades e concentração do crédito", disse Afif.
Crédito direto no futuro
No futuro, a intenção do BNDES e passar a oferecer crédito a MPME de forma direta. Segundo o banco, uma forma de agilizar isso será através de parcerias com Fintechs, as startups quea oferecem serviços financeiros. "Não estamos pensando nas Fintechs só como repassadoras, mas também como viabilizadoras de um novo modelo de negócios", destacou o diretor do BDNES Ricardo Ramos.
Fonte: G1