Na opinião do entrevistado, é necessário um "protagonismo maior" de entidades como o Sebrae, que capacitam empresários inexperientes, para que as novas firmas sobrevivam por período maior. "Também precisamos resolver problemas básicos, como a qualidade da educação e a falta de investimento em pesquisa", acrescenta ele.
Trabalho de cara nova
Por outro lado, o avanço do empreendedorismo também reflete uma escolha da geração millennial e, segundo os especialistas, incentiva mudanças na legislação que podem fortalecer o emprego no País.
Coordenador de MBAs da IBE/FGV, Joeval Martins afirma que muitos jovens nascidos entre as décadas de 80 e 90 preferem criar sua própria empresa. "Eles acham que vale mais a pena constituir uma pessoa jurídica [PJ]. Dessa forma, podem trabalhar em várias companhias diferentes e administrar o dinheiro que seria colocado no INSS".
Ele diz também que essa opção é positiva por gerar ganhos de produtividade. "Isso porque a experiência em mais de uma empresa traz maior conhecimento para os trabalhadores."
Ao falar sobre a CLT, Martins sinaliza que "mudanças drásticas" acontecerão no médio prazo, mas não menciona a reforma proposta pelo governo. "Deve haver uma flexibilização do mercado formal e uma abertura para maior autonomia dos trabalhadores no País". Costa Filho também defende as alterações. "Com menor rigidez, podem aumentar as contratações com carteira assinada", diz o economista.
Renato Ghelfi
Fonte: Fenacon