Lição de moral
Os especialistas acreditam que esse texto mais austero do programa vem ao encontro da linha arrecadatória que o atual governo federal adotou. "Nesse caso, dá para ver a parcimônia do governo em fazer qualquer programa que reduza um pouco o caixa", comenta Ayres.
Fleury especula a possibilidade de que o PRT nos moldes em que foi lançado faça parte de uma tentativa de moralização dos empresários. Segundo o advogado, muitas empresas ficam esperando um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) em vez de deixarem os seus débitos com a Receita em dia, porque sabem que conseguirão condições melhores de parcelamento com o programa que teve diversas reedições nos últimos anos.
O especialista conta que o próprio secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, reconheceu que o exagero no uso do Refis gerou uma deseducação tributária entre os executivos brasileiros. "A ideia é não deixar o empresário nem esperar o Refis nem desafiar a Receita com um argumento para postergar a discussão para o futuro. Muitos utilizam o Judiciário para postergar o pagamento", lembra.
No entanto, Fleury avalia que se essa foi a intenção do governo federal, o momento escolhido foi o pior possível. "Com as empresas em dificuldade, não foi uma boa hora para moralizar o ambiente corporativo", conclui ele.
Fonte: Fenacon