Quais os principais modelos de governança corporativa?
Para que possamos elucidar ainda mais o que é governança corporativa, é interessante analisarmos os principais modelos propostos deste sistema. Vamos focar em quatro deles:
Outsider System
Neste modelo definido pelo IBGC, os acionistas de uma companhia são espalhados e não fazem parte do dia a dia gerencial de uma empresa. O principal foco é o mercado de ações, visando ampliar os lucros dos investidores, os quais são extremamente atentos quanto ao retorno do capital investido.
Insider System
Também proposto pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o sistema conhecido como Insider System tem como principal direcionamento a potencialização dos ganhos de quem atua de modo efetivo para os resultados financeiros da companhia. Neste sentido, o foco da governança envolve desde funcionários e parceiros até a comunidade externa.
Alemão
Assim como o outro modelo que apresentaremos a seguir, o sistema alemão foi conceituado pelos teóricos Walter Camuri e Maria José Leal. Nesta linha de governança corporativa, não há tanta influência de acionistas e a gestão é conduzida por meio do acordo mútuo entre diferentes níveis hierárquicos. O principal fator de influência são os bancos, tendo em vista que empresas que adotam tal modelo são mais dependentes do crédito destas instituições.
Latino-americano
Por fim, no sistema de governança latino-americano ainda existem muitos pontos passíveis de melhoria, sobretudo porque os pequenos investidores não contam com as mesmas seguranças oferecidas para os grandes acionistas.
Apesar disso, o modelo apresentou mudanças positivas ao longo dos últimos anos, principalmente no que se refere a uma busca pelo atendimento de demandas não só de acionistas, mas também de outros integrantes da cadeia gerencial.
Quais são os benefícios proporcionados pela governança corporativa?
Certamente, a transparência nos processos administrativos que a governança corporativa propõe para a realidade de uma empresa gera amplos benefícios. Dentre eles, é possível citar o fator do desenvolvimento econômico sustentável, fato este que, por sua vez, aumenta a confiabilidade do empreendimento junto ainvestidores e acionistas e amplia o potencial para entrada de capital financeiro.
Além destes benefícios, uma boa governança corporativa é capaz de prevenir males que podem ser extremamente danosos para uma organização que almeja superar obstáculos e crescer. Podemos citar como exemplo a prevenção de fraudes quanto ao uso de recursos financeiros, o aumento de visão estratégica para a tomada de decisões — reduzindo, assim, falhas no planejamento, bem como em ações futuras — e ainda a contenção de abusos de poder, tanto da parte dos acionistas majoritários sobre os minoritários, como da diretoria sobre os acionistas.
Quais as características e as ferramentas da governança corporativa?
A governança corporativa conta com oito características fundamentais para que possa ser aplicada de modo eficaz no cotidiano de uma empresa. São elas:
- participação: que envolve as diversas camadas de uma companhia;
- estado de direito: que permite a validação das normas segundo as leis de um estado democrático;
- transparência: o foco primeiro das organizações que aplicam a governança corporativa;
- responsabilidade: a qual inclui os membros de uma empresa em diferentes níveis hierárquicos;
- orientação por consenso: visando agilidade e melhoria dos processos;
- igualdade: que evita abusos de poder;
- eficiência: cuja aplicação permite o crescimento sustentável da empresa;
- accountability — prestação de contas: respeitando, deste modo, acionistas e investidores.
Além de contar com essas características para assegurar um melhor desenvolvimento da empresa, também é necessário que haja um controle da propriedade sobre a gestão. Para assegurar isso, a governança corporativa conta com algumas ferramentas:
- conselho fiscal;
- conselho de administração;
- auditoria independente.
Tanto no caso do conselho fiscal, quanto no conselho administrativo, a formação dos colegiados é composta por diferentes membros da organização interna do empreendimento. Por sua vez, como o próprio nome indica, aauditoria independente deve ser sempre realizada por uma consultoria externa, evitando assim choques de interesse e comprometimento da transparência nos processos.
Para concluir, o que a governança corporativa essencialmente propõe é uma administração mais clara, evitando fraudes, abusos e erros estratégicos que possam comprometer o crescimento de uma empresa. Aplicá-la de modo eficiente fortalecerá qualquer companhia que busca otimizar a gestão e maximizar os resultados.
Fonte: Sage