E quanto ao compliance fiscal?
GN: Hoje, o Brasil tem dezenas de documentos digitais que devem ser enviados pelas empresas aos governos federal, estaduais e municipais. Mesmo que o empresário se esforce para seguir a lei à risca, é fácil se perder entre os processos, fazer algo errado e depois sofrer sanções que podem, inclusive, inviabilizar a continuidade do negócio. Em 2016, por exemplo, a Receita adiantou o prazo da ECD (Escrituração Contábil Digital) e ECF (Escrituração Contábil Fiscal), respectivamente, de junho e setembro para maio e junho. Do ponto de vista do governo, faz sentido para equalizar a fiscalização com a prestação de contas, mas o empresário tem que estar atento.
Ainda há muita desinformação por parte das empresas com relação ao campo tributário?
GN: Há informação, mas ainda é preciso processá-la e interpretá-la melhor. Mesmo que as implementações de tecnologias novas sejam parte de um processo que começou em meados dos anos 2000, as empresas continuam não se atentando a muitos detalhes. É necessário adequar seus sistemas internos a uma rede complexa e, ainda que tudo seja divulgado e existem diversas fontes sobre os temas, é comum os profissionais responsáveis ficarem sobrecarregados. As multinacionais, por sua vez, sofrem ainda mais, já que a realidade brasileira não faz sentido para a matriz e fica difícil gerenciar os tributos de forma eficiente no país sem a ajuda de uma equipe local especializada.
Você falou em antecipações, como isso é feito?
GN: O governo tem vários grupos técnicos para discussão de medidas antes de serem implementadas. A Aliz está presente em grande parte deles, o que nos permite entender como funcionam essas novidades desde sua concepção e preparar soluções que se adequem a elas para nossos clientes. Para se ter uma ideia, o eSocial, que hoje vale para empregados domésticos e deve ser estendido para todos os contratados CLT, tem sido discutido há três anos devido a sua complexidade.
Fonte: Revista Dedução