DÍVIDA EXTERNA
O economista José Roberto Afonso, professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e pesquisador do Ibre/FGV, destaca que a melhora na geração de caixa das empresas é resultado de uma maior produtividade, mas também de um profundo corte nos investimentos. Além disso, ele destaca que o forte ajuste feito pelas empresas desde o início da crise foi baseado muito em troca de dívidas.
As companhias substituíram empréstimos caros com bancos nacionais por captações no exterior ou emissões de títulos no mercado de capitais. Para o professor Istvan Kasznar, da FGV/Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas), o resultado das empresas é só um alento diante do desempenho negativo dos últimos anos.
"Os indicadores mostraram que elas estão menos piores, mas o problema da falta de demanda continua."
Como todas as empresas do setor imobiliário, a Brasil Brokers teve de se reinventar com a crise. O presidente da empresa, Claudio Hermolin, diz que a saída foi rever os processos, a estrutura e a estratégia de atuação. No auge da crise, entre 2016 e 2017, decidiu criar um novo plano para deixar a empresa menos sensível a ciclos do mercado imobiliário, com a diversificação das receitas do grupo. Com a estrutura mais enxuta, tem conseguido reverter resultados negativos.
"No momento, estamos no break even (equilíbrio) operacional. Ou seja, geramos caixa para pagar a operação, mas ainda não temos lucro."
Para ele, a grande lição que as crises trazem para as empresas é a possibilidade de repensar os modelos e a forma de atuação.
Fonte: Diário do Comércio