Na elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício Orçada, a primeira etapa é a receita orçada, a qual, normalmente, é equivalente às previsões de vendas. Deve-se observar que, em alguns mercados, o reconhecimento da receita pode acontecer em momento distinto da ocorrência da venda.
Em conjunto com a receita orçada, são estimados os tributos sobre vendas, tais como, PIS, COFINS, ICMS e IPI. Deve-se observar que esta projeção será o valor de tributos gerados e não o de pagamentos, pois podem existir créditos tributários e momentos diferentes de liquidação fazendo com que não sejam necessariamente equivalentes.
Na etapa seguinte, deve-se projetar o custo do período. Um ponto de atenção é que o valor dos custos orçados não é o de produção ou aquisição, mas o da baixa de estoques referente às vendas, no caso de empresas industriais ou comerciais, ou o custo de execução, quando se tratar de empresa prestadora de serviços. Neste último caso, há a possibilidade de utilização regras de apropriação do custo para reconhecimento do percentual de execução.
Em seguida, deve-se incorporar ao resultado as projeções do orçamento de despesas (Opex). Nesta fase, normalmente, cada unidade participante do processo orçamentário faz sua estimativa de despesas (administrativas e comerciais, por exemplo).
Outra etapa do processo orçamentário que influencia a projeção da Demonstração de Resultado Orçada é a de investimentos de capital (Capex). Nesta fase são enviadas as estimativas de depreciação, ressaltando que uma parte poderá ser considerada despesa (reconhecida diretamente no resultado orçado) e outra custo. Esta última, em empresas industriais, irá compor o estoque de produtos acabados e dependerá da baixa pela venda para ser reconhecida no resultado orçado.
Além das etapas do processo orçamentário descritas acima, algumas outras projeções devem ser consideradas, tais como, resultado financeiro, equivalência patrimonial e tributos sobre o lucro.
Com isso, o seguinte diagrama do orçamento da Demonstração de Resultado do Exercício pode ser visualizado:
Sobre o autor:
Louremir Reinaldo Jeronimo é Doutor em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas – FGV EAESP. Professor convidado dos cursos de MBA do FGV Educação Executiva e FGV In Company.
Fonte: O Autor